Notícias da Rede

Chef Thompson Lee dá dicas de empreendedorismo para quem atua no mercado de alimentação

voltar

Nascido no Brasil, mas de origem chinesa, Thompson Lee nunca tinha pensado em se aventurar pela gastronomia. Seus pais chegaram ao Brasil em 1968 e, em São Paulo, abriram um restaurante. “Os pais sempre querem filhos médicos, engenheiros ou arquitetos. Tinha um irmão que fazia engenharia e, estimulado por ele, me formei em engenharia elétrica”, conta.

Há 20 anos, a família de Lee decidiu ir para os Estados Unidos. Lá também montaram um restaurante e, para surpresa do engenheiro elétrico, começou ali sua carreira profissional na gastronomia. “Um dia o cozinheiro faltou e não apareceu mais. Para ajudar meus pais, fui aprender a cozinhar. Vi que não era tão difícil, e fui gostando”, lembra.

Para se tornar chef, Lee escolheu a melhor escola de culinária dos Estados Unidos: o The Culinary Institute of America, em Nova York. “A escolha me permitiu ter uma visão mais ampla da cozinha tailandesa, asiática, japonesa, vietnamita. Também me deu noção de como é o trabalho de uma cozinha profissional.”

De volta ao Brasil, Lee foi trabalhar e fazer consultoria para restaurantes como os da rede de hotéis Meliá, Blue Tree, e o Carlota, da chef Carla Pernambuco. Foram esses trabalhos e a vontade de empreender que o impulsionaram a montar o Yoshi Culinária Asiática, em São Francisco Xavier, na Serra da Mantiqueira, em São Paulo.

Os desafios de empreender na gastronomia

Após abrir seu próprio negócio, Lee começou a perceber as dificuldades de um empreendedor. Para ele, um bom gestor precisa equilibrar dois tipos de conhecimento. “Não basta ser um bom cozinheiro e ter um ótimo cardápio. Isso não é suficiente para o sucesso. Ele tem de equilibrar o técnico com o administrativo. Se não souber, precisa de alguém para dar suporte. No início sofri para equilibrar as contas. Mas faz parte do aprendizado. Tem de se atualizar e fazer cursos no que tiver mais dificuldade”, recomenda.

Durante a Convenção da Jin Jin, os franqueados foram postos a prova na atividade Mestres & Chefes. Lee era um dos jurados. “Percebi que todos tinham a preocupação com a parte técnica. A maioria era de administradores, e talvez não tivessem a técnica, mas sabiam o que estavam preparando. A atividade foi muito importante para perceberem a necessidade de saber fazer e acompanhar. Não se pode montar um negócio e deixar que os outros cuidem. O ditado ‘é o olho do dono que engorda o gado’ é fundamental.”

Com a concorrência de uma praça de alimentação, é importante fidelizar. Para Lee é primordial valorizar o visual. “Tem de ter uma bela apresentação. Cuidados com a comunicação visual, com o sabor, a textura, apresentação de pratos novos são muito importantes. Você atrai com o visual e fideliza com o sabor. Se ele experimentar, ainda que seja mais caro, e for saboroso, ele volta.”

Atualmente, Thompson Lee trabalha na criação de pratos para as redes Jin Jin Wok e Jin Jin Sushi. “Normalmente as redes não têm a preocupação de contratar um consultor para fazer novas criações. Na Jin Jin vejo o contrário. Isso é muito importante, porque para se manter no mercado competitivo não pode jamais achar que o que se faz está bom. Isso dá margem para a concorrência.

As novidades do cardápio devem chegar já no segundo semestre, mas ainda são surpresa. “Não posso antecipar, mas só de pratos quentes preparamos 20 receitas para ser analisadas. Já os sushis foram 15 novas montagens. Haverá bastante novidade”, finaliza.